Alguns paradigmas da educação tradicional versus virtual

17/06/2010 10:47

É tanta novidade saindo dos fornos da tecnologia que a gente fica até tonto! Esta pode ser a expressão mais comum hoje em dia dos profissionais de TI, quer sejam professores, administradores de empresas, gerentes de instituições públicas ou privadas, profissionais de instituições universitárias e tantas outras organizações. Começamos a utilizar novos modelos de aprendizagem todos os dias.

Cada vez mais estamos nos aperfeiçoando através de cursos à distância utilizando recursos que nos transportam para uma aprendizagem multifacetada, mas ao mesmo tempo ligados por diferentes ferramentas de comunicação e informação disponíveis nos mercados eletrônicos. Entender as novas tecnologias e utilizá-las para nossa aprendizagem é vital para um mundo em constante transformação não só de equipamentos, mas também de métodos. Para demonstrar estas diferenças podemos citar seis paradigmas principais:

1. PARADIGMA DO PROFESSOR PARA TODOS X PROFESSOR SÓ PARA MIM

Esta é a impressão que causa quando estamos estudando em sistemas à distância e solicitamos a ajuda do professor-tutor que está presente na maioria das ferramentas de educação corporativa e a distância. Na educação tradicional, um único professor tem que dar atenção a muitos alunos ao mesmo tempo e quase sempre o aluno perde a oportunidade de ver nossa inquietação pela aprendizagem ser devidamente atendida.

Na nova metodologia para uma educação global temos um único professor o tempo todo só para nós, claro que virtualmente e a impressão que causa é que ele está ali só por nossa causa, mas na verdade está atendendo um número bem maior que no modelo presencial.

2. APRENDIZAGEM SUPERVISIONADA POR UM PROFESSOR X MUITOS FACILITADORES

Na modalidade presencial quase sempre aprendemos algo através da supervisão de um profissional da educação. No modelo virtual nem sempre a presença do professor é encontrada e temos que resolver problemas ou entender significados, única e exclusivamente contando com a nossa experiência. Neste caso aprendemos rapidamente que temos que contar com nós mesmos para compreender os sistemas, quase sempre, complexos de nosso dia a dia na empresa, em casa e com as outras pessoas. O importante é como percebemos que somos capazes de aprender apenas com nossas experiências passadas diante de novos desafios. Não temos a figura de um professor, mas de vários professores que estão disponíveis nos cursos à distância e temos ainda a contribuição de todos os colegas que buscam em geral ajudar uns aos outros, como forma de buscar e dar informações. Todos somos aprendizes e facilitadores ao mesmo tempo na teia do ensino e da aprendizagem virtual.

3. O ESPAÇO DA DECISÃO É UNIDIMENSIONAL x MULTIDISCIPLINARIDADE

Este talvez seja o maior impacto dentre os paradigmas encontrados. Quando resolvemos os problemas propostos da educação tradicional, quase sempre temos o aval do professor e as discussões não relevam outros aspectos que não sejam aqueles vivenciados pelos alunos em seus habitats naturais de aprendizados. Na modalidade virtual encontramos outras tecnologias auxiliando e contribuindo para nosso escopo de compreensão do problema e da multidisciplinaridade das respostas. Num mundo virtual misturamos raças, credos, diferentes estágios do conhecimento e diferentes graus de educação se divergindo e convergindo o tempo todo remodelando resultados, e transfigurando a realidade objetiva para alternativas subjetivas de respostas num universo de respostas possíveis. Em outras palavras, estamos trabalhando num espaço multidimensional onde evoluímos quando conseguimos entender e compreender os enunciados através de nossas próprias compreensões do mundo que conhecemos e do mundo novo que buscamos conhecer. Nem sempre as respostas são as esperadas, mas olhando para as respostas de nossos colegas de turma e curso pode-se verificar que estamos criando novos espaços de aprendizagem misturando outros contextos e experiências. É impressionante quando mudamos o foco da análise, como aquele que vemos num filme o cenário visto pelo olhar da mosca. Conhecer outras realidades e resolver problemas em outras superfícies do conhecimento pode ser bastante surpreendente para não dizer fascinante.

4. O ALUNO RECEPTOR X O ALUNO AGENTE DA APRENDIZAGEM

Este é o maior desafio das novas tecnologias considerado por muitos como o Paradigma da Grande Transformação. O “pulo do gato”, como se costumou dizer, é fazer o aluno passar de espectador para agente transformador. No ensino tradicional a aprendizagem tradicional possui uma carga muito grande da compreensão de mundo e das coisas do professor repassados para o aluno através da admiração, do respeito, e do mistério que envolve os seres envolvidos: aluno e professor. No mundo da virtualidade não existem outros aspectos da aprendizagem que não seja a frase ou figura fria na página da Internet, de um texto que pode ser interpretado de diferentes maneiras. Se no ensino tradicional o olhar do professor, a entonação da voz, os gestos que compõem o conteúdo exposto, no ensino à distância existem outros aspectos que fortalecem ou não o entendimento do que quer se passar. O aluno busca através de outras mídias como áudio, vídeo, celular, onde ouvir, assistir, ou escutar o que se pretende embasar, fortalecer, se fazer compreender. Muito se fala que o aluno deve ser o agente de seu aprendizado, mas não existem fórmulas prontas para este entendimento. Vamos errando aqui e ali até aprender a aprender e isso pode levar toda uma vida, ou aprendemos a utilizar as ferramentas que não se cansam de inovar nosso dia a dia. Temos as rédeas de nossa educação em nossas mãos, temos apenas que aprender a domar o “potro” que insiste em mudar de forma o tempo todo.

5. EXPERIÊNCIA DO PROFESSOR x TROCA DE EXPERIÊNCIAS ENTRE OS ALUNOS

Este pode ser o principal argumento da procura dos cursos à distância hoje em dia no mundo. Aprender com todos os outros matriculados e trocar experiências numa velocidade multidisciplinar. Enquanto no ensino tradicional o aluno busca o conhecimento do professor, no ensino não presencial o que importa são as relações realizadas durante os encontros virtuais e das trocas obtidas através dos recursos colaborativos tais como: chats, mensagens entre os alunos, fóruns de debates e listas de discussão. A aprendizagem se faz entre os aprendizes e em momentos muitas vezes sem a presença do professor. Neste grande paradigma temos mais experiências quando buscamos maior interação entre os aprendizes.

6. TECNOLOGIAS TRADICIONAIS X TECNOLOGIAS INOVADORAS

Quadro verde, giz e saliva, depois quadro branco, canetas pretas, vermelhas, verdes, e logo em seguida, tecnologias que pouco a pouco vão dando lugar a uma parafernália de equipamentos eletrônicos multiplicando por mil as possibilidades de transmitir informações. Eis aí os novos ambientes de ensino e de aprendizagem. Recursos como fóruns, glossários, blogs, áudios, vídeos, sites de relacionamentos, sites de network, e-training através de celulares, educação corporativa baseada em comunicação à distância e uma infinidades de outros modelos, equipamentos, métodos, nos levam a um patamar de possibilidades educacionais nunca antes vista na história da humanidade.

Daqui para frente devemos estar abertos para todas as tecnologias que nos são mostradas todos os dias, lembre-se quando seu chefe ou empregado estiver fazendo um curso à distância. Não basta manter-se informado é preciso participar, interagir, trocar informações nestes aparelhinhos cada vez mais “eletrodomésticos”.

O Grande paradoxo da modernidade é estar tão perto das tecnologias e tão longe das suas aplicações. Participe, aprenda, porque algumas informações só circulam nestes veículos, e para estar informado é preciso participar.