MUDANÇAS PARADIGMÁTICAS – GESTÃO DO CONHECIMENTO – CLOUD GROUPWARE

20/10/2011 14:14

É impressionante a força avassaladora com que velhos paradigmas teimam em se estabelecer diante das novas tecnologias na era do conhecimento, desde que alguns conceitos emergentes inundaram os nossos escritos como artigos, pesquisas, dissertações e teses. Entre os conceitos está um que revolucionou o modo de estabelecer os parâmetros de onde, porque, e pra que armazenar informações – CLOUD COMPUTING. E surgem vários questionamentos. Com quem ficam as informações? Como pensar aspectos de segurança dos dados? Acesso? Se num mundo onde todo mundo está preocupado com a utilização massificadora dos nossos endereços como forma de publicidade e propaganda de produtos e serviços, como garantir que os servidores públicos sejam isentos, honestos, íntegros. É um risco. O caminho – servidores próprios, estrutura interna, expertise em tecnologia de location e cloud computing.

Mas se existe consenso quanto ao conceito o mesmo não acontece quanto a privacidade que esta metodologia adota e ainda precisa ser revista. A verdade é que o conceito se ainda nubla nossa razão, também desperta um pensar que é revolucionário, e porque não dizer inovador.

No discurso da gestão do conhecimento a questão está bem definida entre a maioria dos teóricos e educadores da área que definem a sua utilização como um subproduto sistêmico organizado, classificado e direcionado para determinados fins.

As organizações estão se expandindo rapidamente e alterando gradativamente os conceitos e o comportamento de seu groupware. Na era do conhecimento não podemos mais ficar exemplificando o modo como estamos sendo aproveitado nas organizações. Não me chamem de funcionário, pelo amor de Deus! Funcionário é coisa do tempo da era industrial que precisávamos ser caixinhas dentro do organograma da empresa. Nem colaboradores, tendo em vista que esta palavra perdeu muita força com a introdução da Internet e dos serviços colaborativos em rede. Hoje somos groupware, grupo de pessoas interessadas em aprender a empresa, como ela cresce e se desenvolve, e se fortalece com nossas participações e trocas.

Dentro desta perspectiva de que somos CLOUD GROUPWARE, e que podemos nos relacionar em todas as direções na organização, e que podemos fazer nossas contribuições em todas as direções, então podemos afirmar com certa segurança que devemos senão evitar pelo menos contextualizar antigas palavras e conceitos da era da industrialização.

Nas organizações do conhecimento não temos mais funcionários, departamentos, chefes então, nem pensar. Não temos mais funções específicas ou direcionadas. Não apertamos parafusos, nem carimbamos produtos, nem deixamos nossos cérebros em casa. Somos parte de um todo e o todo está dentro de nós, porque também não podemos perder de vista a visão sistêmica. Interagimos em grupos, atacamos os problemas em blocos como as hienas, os coiotes. Temos objetivos individuais e coletivos. Temos pensamento em rede, de conexões, de inter-relações, que se avolumam à medida que avançamos no conhecimento da organização e das organizações que congregam o negócio (fornecedores e clientes).

Mais do que fazer uso estratégico de informação e interagir em diferentes nós da rede da organização, estamos empenhados em não perder a visão do todo, de tudo, do geral e do principal.

Outras mudanças paradigmáticas já estão sofrendo pressão dessa nova era do conhecimento: controle. Na gestão do contexto capacitante tem-se que reconsiderar a incômoda atividade de controlar e substituir. Na era do conhecimento nós não controlamos mais e sim observação dos espaços organizacionais em níveis operacionais. Não é simplesmente encontrar sinonímia conveniente para a era do conhecimento, mas substabelecer uma nova nuvem (CLOUD) para as responsabilidades e atribuições na visão operacional para as atividades propostas.

Vejam como o conceito pode alterar significativamente o contexto das atribuições de cada membro do groupware nas organizações. Somos todos, unidades operacionais, mesmo se considerarmos níveis tático, estratégico da organização, mas com a diferença que quando nos conectamos uns aos outros, nos transformamos como os transformers do filme de ação americano de 2007, baseado na série de desenho animado homônima. Dirigido por Michael Bay. Somos uma nuvem uníssona, com vários ouvidos, olhos, e mentes, que juntas, potencializam a análise, os pareceres, as observações e a disseminação cultural por todo o tecido da organização.

A metáfora do guarda-chuva conceitual da GC também pode ser considerada como CLOUD GROUPWARE agindo sobre as gestões que compõem as abordagens e ferramentas gerenciais: gestão de inovação, comunidades de prática, gestão estratégica da informação, aprendizagem organizacional, gestão de capital intelectual, inteligência competitiva, gestão de competências e ferramentas de TI.

USO ESTRATÉGICO DA INFORMAÇÃO (SENSE-MAKING – CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO – TOMADA DE DECISÃO)

Em relação ao uso estratégico da informação e se considerarmos o objetivo de curso e longo prazo do sense-making, as reflexões estratégicas a cerca da missão, visão, valores e cultura organizacional fazem agora mais sentido se envolvermos os significados desses conceitos no conceito de CLOUD GROUPWARE. Em relação à criação do conhecimento através da aprendizagem organizacional a nuvem de CLOUD GROUPWARE pode exercer fundamental aderência na formação dos novos grupos que entram para o time da empresa e se fortalecem nos conceitos graças a nuvem.

Com relação à tomada de decisão, a CLOUD GROUPWARE tem sua participação direta quando seus participantes discutem, questionam e determinam as melhores alternativas que uma seja escolhida e perseguida por todos. A decisão por mais racional que possa parecer sempre terá a contribuição de todos e todos serão co-responsáveis pelas novas configurações que se estabelecerem na nuvem.

No CONTEXTO CAPACITANTE, que é a cultura que cada um traz individualmente para a nuvem também se faz sentir forte a presença da CLOUD GROUPWARE e o espírito da dimensão estratégica de sua atuação.

Todos os aspectos são observados por todos. Todos aprendem e ensinam o que sabem, trocam experiências, o valor que se sustenta é a principal alavanca dos ativos intangíveis: capital humano, sistema de informações, relacionamentos, cultura organizacional e outros.

Se indivíduos têm personalidades e o grupo possui cultura, então a visão do conhecimento é notada pelas diferentes personalidades e culturas que flutuam nas relações possíveis.

Quanto às abordagens gerenciais e as ferramentas utilizadas na organização temos uma participação do CLOUD GROUPWARE para cada uma delas.

Na GESTÃO DE INOVAÇÃO – a nuvem auxilia no processo sistêmico de busca de novas oportunidades, superação de obstáculos técnicos através de soluções tecnológicas, e permite uma gestão que privilegia o diálogo pelas melhores metodologias e formas de organização adotadas a fim de garantir a capacidade de inovar das organizações.

COMUNIDADES DE PRÁTICA – na nuvem os grupos informais se estabelecem naturalmente através da estrutura organizacional. Mas com as concepções de CLOUD GROUPWARE esta informalidade se dissipa e amadurece nos espaços oficiais de participação deixando rastros de cultura e conhecimentos nos bancos de memória da nuvem. Partilhar informações é, sobretudo, discutir os temas importantes da organização e encontrar respostas para que todos percebam sua existência. A nuvem oficialmente financia e incentiva dando-lhes recursos, aderências para que se formem e se consolidem.

GESTÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO – A nuvem permite elaborar constructos descritivos de como podemos alcançar as metas e objetivos da organização. Avaliar valores individuais e de grupo, orientar a melhor posição estratégica de cada um na organização, revendo de que maneira cada groupware pode dar o melhor de si, criando natural a sustentação da vantagem competitiva.

APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL – A nuvem permite o convívio sadio dos grupos informais e formais da organização, podendo em determinados momentos unir os dois grupos para troca de experiências e análises. A aprendizagem percorre todo o tecido organizacional difundindo conceitos, visões, pareceres, diagnósticos e, sobretudo, cultura da organização.

GESTÃO DO CAPITAL INTELECTUAL – A nuvem possui como principal atribuição aproximar diferentes conhecimentos individuais e trabalhar estes ativos criativos da melhor maneira. O aspecto do desenvolvimento das competências individuais é alicerçado através de troca formal de cultura: seminários, palestras, workshops, discussões sobre os temas do CAPITAL INTECTUAL e sua formação. No aspecto do CAPITAL ESTRUTURAL, a nuvem pode fazer sentido quando se trabalha as redes sociais internas e externas, criação de desenvolvimento dos nós relacionais formais e informais e amadurecimento da cultura interna da organização. E no CAPITAL RELACIONAL, a nuvem se entrelaça com outra nuvem para assuntos extra- organizacionais formando uma relação direta com a cultura de outras organizações do mesmo ramo ou com fornecedores e clientes.

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA – Neste tópico a nuvem possui seu papel mais relevante, porque permitem o contato do GROUPWARE com elementos fora da organização tornando seus processos de envolvimento e crescimentos dinâmicos, permitindo a rápida adaptação às mudanças de paradigmas, de tecnologias, de gestão, de sustentabilidade. Vantagens competitivas só se obtêm se considerarmos a relação tempo imediato e ineditismo nas resoluções. A nuvem se movimenta muito rapidamente dentro e fora da organização, levando e buscando informações, disseminando inteligências, melhorando as tomadas de decisões.

 GESTÃO DE COMPETÊNCIAS – Neste tópico a existência da nuvem nas organizações acelera a velocidade porque consegue mapear necessidades muito rapidamente, trazendo para a organização inteligências necessárias, poderes criadores, inovadores, novas visões e novas culturas a fim de promover novos ciclos de aculturamento e desenvolvimento de novas gestões.

GESTÃO DE TI – Na CLOUD GROUPWARE o espaço destinado às atribuições das necessidades tecnológicas se faz muito transparente tendo em vista que a cultura do moderno, da tecnologia dos equipamentos, dos sistemas de informação, e das tecnologias de armazenamento e tratamento das informações corrobora significativamente para constituir a existência da própria nuvem, pelo simples fato de sua existência não ser material, não ocupar espaço, sala, ou caixinhas no organograma da empresa. Esta gestão permite uma mobilidade que pode chegar à velocidade da luz dependendo de como a nuvem processa seus pensamentos, divagações, reuniões, decisões e armazenamento dessa memória – brainstorm.

A filosofia e utilização de grupos informais denominados de CLOUD GROUPWARE podem responder mais rapidamente as questões importantes da organização do que os caminhos naturais da rede de comando. E este pode ser o grande diferencial que as organizações buscam hoje em dia. Entretanto é importante que esta cultura seja oportunizada de maneira formal, acadêmica, através de ensinamentos pontuais e estratégicos para que sua aplicação não recaia numa simples utilização de redes sociais internas a serviço do “recreio” e não “da sala de aula organizacional”.

Bons negócios nas nuvens do conhecimento!