Neuroempresas quânticas - novos desafios para TI

11/10/2012 00:05

 

NEUROEMPRESAS QUÂNTICAS – NOVOS DESAFIOS PARA TI

A ciência, através de seus ciclos inéditos e inovadores, trazem constantemente estudos de fenômenos de toda ordem. Não é diferente quando se analisa a ciência empresarial. A criação de novos significados para as organizações trazem novos elementos sígnicos e simbólicos capazes de saltos representativos, dos quais intitulamos quânticos.

Para entender os novos cenários analíticos é preciso recorrer aos dicionários para entender as conotações que se faz hoje em dia em todas as áreas de conhecimento.  Quântica do latim, quantum, quer dizer quantidade. Na mecânica quântica, refere-se a certas quantidades físicas, como a energia de um elétron contido num átomo em repouso.

Na administração como em outras áreas de conhecimento o termo ganhou substância para compreender comportamentos de sistemas em escala social, nas relações humanas, profissionais e organizacionais.

A própria geração de TI, nas últimas duas décadas, mostra os diferentes caminhos que ela trilhou, buscando significações dentro dos organogramas e estruturas administrativas. De departamento técnico para elenco de staff, com diferentes responsabilidades assumidas ao longo dos últimos anos. Hoje desfruta da condição desafiadora de munir os dirigentes com estratégias táticas e operacionais, das condições necessárias para entender os avanços da ciência tecnológica, informacional e suas imbricadas possibilidades. A TI avança se auto-avaliando a cada nova conquista e descoberta, a cada novo conceito ou palavra, novos significados, paradigmas e paradoxos. Se re(significa) a cada instante.

NEUROEMPRESA E SUAS REDES QUÂNTICAS DE REPRESENTAÇÃO

E nesta revolução de novos cenários, aprendemos mais uma palavra nova: NEUROEMPRESA. A expressão neuroempresa é relativamente nova, mas já se aventura a uma significação que possa ser compreendida no âmbito empresarial. Tem a ver com rede neural organizacional, demonstrando que através das redes de contatos, sociais, de fornecimento, de insumos, de parceiros, de colaboradores, são construídas as relações quânticas que se estabelecem nos cenários em um mercado que evolui constantemente. Assim como as relações neurológicas de nosso cérebro realizam importante papel nas interações, também as relações empresariais são vistas como uma intrincada rede de oportunidades, conhecimentos, pessoas, fluxos e objetos.

A constituição de neuroempresas requer menos maquinagem e mais emoção, sentimento, coração; requer menos pensamento estruturalista e mais fluidez e flexibilidade; menos burocracia e mais processos.

Num mundo em constante transformação a neuroempresa nasce de novas significações e atribuições, de possibilidades infinitas, de tecnologias múltiplas. Num mundo de infinitos botões, apertar o botão certo na hora certa pode representar saltos quânticos em seus relacionamentos comerciais. Como a ciência quântica se encontra em um mundo de probabilidades, de incertezas e de contextos paradoxais, não é difícil prever que as futuras neuroempresas serão aquelas que estiverem sintonizadas diretamente com seus clientes.

O mundo não se importa mais com grandes produções, mas sim realizações, atitudes, comunicação, sistemas em redes.  Trocamos a empresa grande pela grande empresa, são contêineres de idéias e não produtos e vende-se qualidade, não serviços. Não existem “expert”, o individual não possui espaço privilegiado. Nas empresas quânticas os colaboradores desenvolvem para o coletivo, para o plural, para o complexo. Hoje as organizações são ciência e ciência é quântica. As empresas quânticas são neuroempresas.

EVOLUÇÃO DA APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

Empresas quânticas não gastam um tostão em desenvolvimento de solução de problemas; empresas quânticas apostam em projetos novos, soluções novas, é a corrida pela desconstrução e construção de novos paradigmas. Aprender a não resolver problemas dá mais dinheiro do que consertar coisas velhas. Este é o novo paradoxo. Navegar pela estrada que ela mesma constrói. A realidade de cada empresa é a realidade que ela cria pra si mesma.  Empresas quânticas não apagam luzes, não fecham portas, não abrem torneiras, não desligam tomadas. Tudo é automático, resistente, eficiente, inteligente. Nosso tempo de pensar não pode perder tempo.

Empresas quânticas não empregam pessoas, contratam sócios e parceiros. Empresas quânticas não dividem lucros, dividem experiências. Aprendem com seus problemas e com os problemas dos seus pares.

Empresas quânticas desenham realidades de suas próprias fantasias. O sucesso ou o fracasso de uma neuroempresa é a sua capacidade de recriar, reconstruir, refazer, com velocidade, destreza, habilidade e atitude. O mercado não é mais o bicho-papão. O monstro está dentro de nós, precisamos conhecê-lo melhor e saber como viver com ele.

Empresas quânticas não ignoram o erro nem buscam evitá-lo, pois é com ele que aprendem rápido a se reconstruir. São sistêmicas por excelência, pois estão em rede constantemente. Errar nunca foi humano, é divino.

Mas é necessário aprender a desaprender e rápido. A aprendizagem organizacional não acontece fora da produção, do trabalho, como opções de crescimento. Ela é inerente a qualquer função, aprendizagem é pensamento, e pensamento é quântico. A inteligência é a moeda de troca das neuroempresas.

A auto-aprendizagem, aperfeiçoamento e redes de relacionamento são propósitos a serem perseguidos pelos colaboradores de neuroempresas. A interdisciplinaridade organizacional é a capacidade dos seus colaboradores de conhecerem a organização como a palma de sua mão. Cada colaborador traz consigo sua história, sua capacitação, habilidades e atitudes mas o grande diferencial é o seu preparo, como este colaborador transforma pensamento em atitude, capacidade em habilidade, aprende e resolve problemas.

Somente empresas que aprendem permanecerão no mercado. Neuroempresas não são mensuradas pelos seus ativos tangíveis, mas sim pelos intangíveis. São pessoas, processos, sistemas que movimentam a roda. A roda já foi inventada há muito tempo. Temos que pensar em outras estratégias organizacionais que busquem excelência e predomínio do inusitado.

PLANEJAMENTOS ESTRATÉGICOS – PROGRAMAS DE QUALIDADE – NOVOS DESAFIOS

Empresas quânticas não abrem mão de suas estratégias e planejamentos, e não param de avançar criando novos desafios, sistemas de cooperação, de integração, de interatividade umas com as outras, de espaços de trocas e experiências constantes. As relações quânticas se caracterizam essencialmente por serem interconectadas.  Num mundo de intrincados relacionamentos não há mais espaço para empresas isoladas. Cada ser humano passou a ser uma interconexão de grande valia, pois todas as conexões, redes sociais, relacionamentos estão imbricados. Integrá-los é papel vital para a sobrevivência.

Programas de qualidade não são finalidades em si mesmas e sim posturas sistêmicas, envolvidas desde o nascimento das idéias até a sua concepção física ou final. O pensamento quântico também é fundamental nas novas organizações. Não haverá espaços para pensamentos newtonianos. Neuroempresas trabalham como o cérebro, em regime de multisuperficies, multifuncionais, caminhando para patamares complexos. A complexidade é outra moeda de troca das organizações quânticas.

Empresas quânticas acordam todos os dias pensando ser o último dia de suas atividades, se reinventam, se aprimoram, se estabelecem, constroem sistemas com a mudança constante como peça importante de todos os seus fluxos, se auto ajustam, estabelecem “plano B” para todos os passos.

No modelo quântico as organizações não buscam um saída, um modelo, o modo certo, o padrão, porque existem muitas saídas, muitos modelos, diferentes modos de realizar, e não existem padrões únicos. Todos são padrões. As neuroempresas se adaptam a diferentes realidades, são flexíveis a mudanças. Mudança é a sua constância. Se os clientes mudam de ideia, de endereço ou de pensamento, são logo percebidas pelas neuroempresas que também evoluem em seus pensamentos, trocam de lugar e se questionam constantemente.

No modelo quântico as organizações não buscam a estabilidade, mas a instabilidade. A instabilidade permite saltos quânticos.  Nas décadas passadas, as empresas mais ricas do mundo, segundo as revistas especializadas como Fortune, Exame e outras, sucumbiram à tecnologia, as mudanças rápidas, as rajadas de vento. Flexibilidade e adaptação são alicerces para estruturas de organizações que desejam ser neuroempresas.

NEUROEMPRESAS QUÂNTICAS - 1980

Em 1980, o pool de empresas que dominavam o cenário mundial estava assim distribuído: as americanas: Esso, Ford, General Motors, Atlantic, Texaco, Philco, Goodyear, Cargil, IBM e General Eletric; as alemãs: Volkswagen, Mercedes Benz, Mannesmann, Siemens, Robert Bosch, Bayer, Hoescht, AEG-Telefunken, Basf e Krupp; as holandesas: Gessy Lever, Philips, Makro, Verolme, Petróleo Sabbá; Ibrape, Ultralar, Carrefour, Cesbra e Wallita; as inglesas: Shell, Souza Cruz, Anglo, Linhas Corrente, Shell Química, Joanes Industrial, Castrol, Pirahy, Atlantis e Samab; as suíças: Nestlé, Biga-Geigy, Brown-Bovery, Roche, Sandoz, Óleos Brasil, Curtumes Carioca, Ciminas, Aisa e Cerâmicas Paraná; as francesas ficam em 5: Rhodia, Santa Marina, Brasilit, Barbará, e Rhodia Nordeste; as italianas: Pirelli, Fiat, Fiat Diesel, Sade-Sul, Liquigás, Olivetti, A . Tonolli, Brasileira de Eletrificação, Erminio Bozzo e Fiat-Allis; as 5 maiores japonesas: Ishibras, MWM, NEC, Fukukawa e Kanebo.

NEUROEMPRESAS QUÂNTICAS - 2010

Em 2010, o pool de empresas que dominavam o cenário mundial estavam assim distribuídas:

As americanas: Google, IBM, Apple Inc., Microsoft, Coca-cola, MacDonalds, Marlboro, Gessy Lever, HP, Walmart.

Em 2011, o panorama é alterado radicalmente: a Google cai para 28ª posição; a IBM cai para 14ª posição; a Apple sobe a 1ª posição; a Microsoft cai para 10ª posição; a Coca-Cola cai para 27ª posição.

As quatro maiores empresas mundiais estão no ramo da informação, da comunicação e da Informática. São as neuroempresas da modernidade. Empresas quânticas.

NEUROEMPRESAS QUÂNTICAS - 2011

No ranking das 10 maiores empresas em 2011 existem quatro americanas (Apple, Exxonmobil, Chevron, Microsoft), três chinesas (Petrochina, ICBC, China Construction Bank), uma brasileira (Petrobrás), uma australiana (BHP Biliton) e uma do Reino Unido (Royal Dutch Shell).

Quais destas empresas você caracterizaria como neuroempresas e ou quânticas dentro das idéias expostas neste artigo?