Projetos de Inovação Tecnológica & Metodológica

17/08/2010 11:05

Tenho dito inúmeras vezes em minhas palestras e encontros empresariais que os projetos de subvenção econômica tão prestigiada nos países de primeiro mundo, ocorrem no Brasil de forma muito tímida e na maioria das vezes, sem a devida atenção por parte das entidades de classe, sindicatos, órgãos governamentais de fomento e até mesmo das universidades públicas e privadas.

Enquanto na Holanda, 80% das empresas são subvencionadas por várias iniciativas de fomento, no Brasil este índice chega aproximadamente a 0,8%. Menos de 1% de patentes nacionais são registrados em órgãos internacionais.

Graças a Lei nº 10.973 de 2 de dezembro de 2004, disponível endereço na Internet na íntegra da Lei: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Decreto/D5563.htm, em seu artigo 1º estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento industrial do País. Em outras palavras, o Governo busca estimular a criação de ambientes especializados e cooperativos de inovação entre empresas e instituições de pesquisa e universidades.

Reparem que nas últimas duas décadas o governo esteve preocupado em formar profissionais e pesquisadores no âmbito das universidades incentivando a produção científica e pesquisa. Depois, num segundo momento, milhares de profissionais formados nas universidades começam a sobrarem nos projetos universitários e sem perspectiva de mercado fora dos centros de pesquisa.

A tentativa de promover nesta década no ambiente produtivo um salto de qualidade, melhorando a capacitação de seus dirigentes empresariais e promovendo a contratação de pesquisadores com alto conhecimento capazes de elevar as empresas à inovações significativas tanto em processos quanto em inovações tecnológicas, está sendo traduzido através de subvenções econômicas como nunca houve na história deste país.

Primeiro é preciso que se diga que possíveis confusões que o conceito possa trazer a comunidade empresarial com relação à ajuda governamental em nossos projetos empresariais, sejam dissipadas, sendo considerado não como um item negativo em nosso potencial de arregimentar recursos financeiros e tecnológicos para alavancar os negócios, mas sim uma evidência de buscar recursos na esfera do governo por ser este o maior interessado em nosso sucesso empresarial, tendo em vista que esses projetos se tornarão no futuro próximo, participações maciças para os cofres públicos, de onde mais recursos poderão ser ofertados em forma de novas subvenções e assim por diante.

É a economia sendo alimentada por critérios de desenvolvimento significativos que desembocam em grandes mudanças aumentando o parque industrial, melhorando a qualidade do pensamento organizacional através do preparo educacional de nossos empresários, e produzindo serviços de excelência em todas as áreas de conhecimento.

Durante os últimos cinco anos é cada vez maior o número de chamadas aos editais de subvenção econômica nas três esferas de governo: federal, estadual e municipal. Nas entidades de classe vemos uma procura cada vez maior de empresários buscando aprovar seus projetos de melhoria metodológica de seus produtos e serviços bem como de conseguir tecnologicamente dar saltos significativos num prazo relativamente menor do que aquele que daríamos se tivéssemos que aguardar o resultado operacional das empresas para novos investimentos.

As iniciativas tem se intensificado através de órgãos federais tais como: FINEP, CNPq, CAPES, PRONEX e Prossiga na área da pesquisa no Brasil. Na esfera estadual temos: Fundação de Amparo e Pesquisa dos Estados Brasileiros, dentre os principais podemos citar: FAPESB, FACEPE, FAPESP, FAPEMIG, FAPERJ e FAPERGS.

GESTÃO DE PROJETOS INOVADORES

Tenho perguntado para muitas empresas se elas já construíram em sua estrutura organizacional um departamento, setor, ou pessoas que estejam pensando em projetos de ou para a inovação em seus produtos ou serviços, na melhoria organizacional, novos modelos ou conceitos de gestão do conhecimento ou mesmo de seu modelo de Business Intelligence, inovações metodológicas na produção, na forma de fazer marketing e propaganda de seus produtos, e na melhoria cultural da organização como um todo.

Às vezes não nos propomos a mudar a forma de se produzir, ou investir em maquinaria, ou pensar nos atuais processos que adotamos, porque em geral estes pensamentos se traduzem em investimentos de tempo, pessoal e aportes financeiros das quais não podemos abrir mão no momento. Mas temos agora uma maneira de podermos alcançar a realização desses desejos através da subvenção econômica. Uma maneira de conseguir as verbas necessárias para promover as mudanças sem que tenhamos que desembolsar recursos próprios.

Só neste ano mais 19 chamadas estão sendo esperadas até o final do ano para todo o Brasil, segundo dados da FINEP.

Um exemplo bastante pontual é o estímulo que o Estado do Rio Grande do Sul está dando aos seus empresários através do projeto INOVA PEQUENA EMPRESA, cujo endereço é www.inovapers.com.br. Começou em 2009 com aporte do FINEP, consultores do SEBRAE e FIERGS, e promete para 2010 uma procura bastante significativa. Com valores que podem ir de R$ 100 mil à R$ 350 mil reais, podemos executar aqueles projetos que estavam engavetados, esperando uma oportunidade de recurso financeiro e de pessoal para colocarmos a Inovação para funcionar.

O Rio Grande do Sul caminha a velocidades cada vez maiores na direção de aculturar seus empresários de pequeno porte, principalmente na área de TI, promovendo o desenvolvimento de projetos de inovação, fazendo com que haja maior agregação de valor.

Entidades como FINEP, SEBRAE, FIERGS, IEL e SCT, reposicionam as empresas gaúchas na estrada do desenvolvimento para a inovação, com inovação e pela inovação. Compreendendo que a capacitação de seus dirigentes e o maior número de desenvolvimento de P&D&I nas organizações financiadas por órgãos de fomento colocam o RS no caminho de uma sociedade fortalecida pelas suas MPE´s promovendo a inovação em processos e produtos, fortalecendo as empresas nas redes de negócios, nas comunidades da rede Internet, nas fusões e aquisições de novas empresas.

Mas o que é considerado uma inovação tecnológica, quais as empresas que podem solicitar subvenção econômica, como participar e como enquadrar as suas propostas? Estas e outras perguntas serão respondidas em breve aos leitores, aguardem!